7/21/2019 0 Comentários ExóticaA verdade, é que já estamos com saudades. Por mais chata que fosse. Vamos relembrar sobre o que aconteceu na quadragésima-sexta edição do campeonato entre seleções mais antigo do mundo e o 3º campeonato internacional de futebol mais popular do mundo. Tudo irá girar em torno do país-sede, que também foi sede da penúltima Copa do Mundo, como bem sabemos. O Brasil buscava se recuperar do orgulho ferido após os recentes fracassos nas últimas Copas do Mundo, e também das duas últimas edições da Copa América. Em seu grupo, A, onde foi cabeça-de-chave, até poderia parecer fácil, mas não foi tanto. Bolívia, Peru e Venezuela conseguiram impedir uma verdadeira festa de gols dos anfitriões canarinhos, destaque para o confronto entre Brasil e Venezuela, onde o árbitro de vídeo apitou mais do que árbitro de campo. Acompanhei todos os jogos do Brasil pelo rádio, sempre torcendo contra, pra que a Zebra pudesse andar pelos relvados tupiniquins. Lembro-me bem, principalmente do 1º jogo, contra a Bolívia. Um jogo que sempre será cheio de significados, mas esse, foi um pouco especial. O Brasil não jogava de azul e branco desde a década de 50. O jogo? Foi no estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi. A casa do São Paulo Futebol Clube, também de orgulho ferido. O adversário? A segunda maior coletividade estrangeira no Brasil. Através deles, que aprimorei minha capacidade de comunicação em língua espanhola, língua que também leciono. No primeiro tempo, a Seleção Brasileira desperdiçou muitos gols, e saiu vaiada no intervalo. Mas, "nosso amigo VAR" achou um pênalti no começo do 2º tempo. Resultado: 3-0 em São Paulo. Já comentei sobre o jogo contra a Venezuela. Vou destacar a senhora goleada que a Seleção aplicou contra o Peru: 5-0. Mal sabíamos que os alvirrubros seriam nossos adversários no Rio de Janeiro. No grupo B, Los Cafeteros surpreenderam ao despachar La Banda de La Pulga com sonoros 2-0 na Arena Fonte Nova, casa do Esporte Clube Bahia. Surpreendente mesmo foi o empate do Paraguai com os visitantes do Oriente Médio, 2-2 com direito a gol contra quase no final do jogo. Ah, mas foi no dia em que completei mais uma volta no Grande Prêmio da Vida, que a capital do Brasil foi - parafraseando o jornalista e publicitário Milton Neves - a "capital mundial do Galo" (apelido do Clube Atlético Mineiro), Belo Horizonte. Argentina e Paraguai fizeram, literalmente, um jogo igual, mas os tricolores que ficam do lado de Iá da Ponte da Amizade, puderam ter a chance de mandar Los Albicelestes de volta pra casa muito mais cedo, mas Franco Armani, arquero do atual campeão da América, River Plate, pegou um pênalti que evitou a eliminação precoce, e ainda pediu pra que os mineiros se calassem. Não tem nem como esquecer. No grupo C, La Celeste Olímpica e La Roja confirmaram seus favoritismos, ainda mais sendo, do lado azul, os maiores vencedores da competição, e o lado vernelho, os atuais campeões das últimas duas edições. No entanto, não bastou a forte torcida pelos outros convidados asiáticos, o Japão não conseguiu uma provável classificação. Realmente uma pena, mas essa equipe olímpica dos Samurais Azuis vão dar trabalho em casa, no ano que vem em Tóquio. Vamos nos classificar agora! Na fase eliminatória, a Zebra passeou sim, de certa forma. Aliás, como teve pênalti, misericóridia! Os locais, lembraram que o Paraguai não era bom nas cobranças, e se classificaram com 0-0 no tempo normal e 4-3 para os canários. Los Cafeteros, favoritíssimos para atrapalhar a festa local, conseguiram ser parados pelos atuais campeões, e voltaram para Bogotá mais cedo, com outro 0-0 no tempo normal e 5-4 nos pênaltis para o Chile. Outro impressionante 0-0 nas quartas-de-final aconteceu no encontro entre La Celeste Olímpica e os atuais anfitriões dos Jogos Pan-Americanos. Era claro que desde o início que o Uruguai iria golear o Peru, mas os peruanos conseguiram parar os uruguaios, aliás, Pedro Gallese, arquero do Club Alianza Lima, conseguiu parar Luis Suárez, e ninguém entendeu o precoce retorno à Montevideo. No único jogo que teve gol, com uma clara interferência da arbitragem, foi a classificação argentina contra La Vinotinto, que jogou muito, mas não o suficiente para se classificar para a semifinal. 2-0 para Los Albicelestes. Seria uma redenção? Lionel Messi enfim poderia ser campeão? Nas semifinais, cinco gols nos dois jogos. Daniel Alves mostrou para seu ex-companheiro de Barcelona, que em um confronto direto, e em casa, nada poderia dar errado. 2-0 dos locais contra Los Albicelestes. Lionel Messi iria ficar sem levantar mais uma Copa América, mas foi à Itaquera disputar o terceiro lugar. Contra quem? Se os brasileiros tivessem a cultura britânica de apostar (uma pena que não temos, seria um ávido apostador, eu gosto disso!), muitos (inclusive eu, falando sério) iriam ficar com as mãos vazias com a vitória maiúscula do Peru (por favor, sem trocadilhos!) contra o Chile: 3-0. No último final de semana da competição, no sábado, a Arena São Paulo (nome oficial do estádio durante a Copa do Mundo de 2014) viu a estranha expulsão de Lionel Messi, que não tem histórico de encrencas durante as partidas. O selecionado portenho estava a encaminhar uma goleada contra os chilenos, até pela vingança da final da Copa América de 2016, onde La Pulga errou um pênalti e La Roja enfim levantou um título importante. Em 2019, a Argentina abriu 2-0, mas o Chile conseguiu um gol de pênalti convertido pelo próprio companheiro de Messi no Barcelona, Arturo Vidal. Já a final, teve menos emoção do que a disputa do terceiro lugar, mas teve um pequeno susto, sim. O selecionado tupiniquim abriu o placar no começo do jogo com o atacante do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense Everton "Little Onion" (Cebolinha, de acordo com o The Guardian), deixando a impressão que a goleada de Itaquera poderia se repetir no Maracanã. Só que não. O Peru achou um pênalti no final do primeiro tempo. Paolo Guerrero, ex-Corinthians e ex-Flamengo, atual Internacional de Porto Alegre, óbvio, guardou o dele. Mas Los Incas, pararam por aí. O ex-morador do Jardim Pery Alto, Zona Norte de São Paulo, Gabriel Jesus, e o "pombo" Richarlison, revelado pelo Fluminense Football Club, também de pênalti, fez com que Adenor Leonardo Bacchi, o Tite, se tornasse um dos poucos técnicos a ter todos os títulos de todas as competições organizadas pela (sempre bagunçada) Confederacíón Sudamericana de Fútbol, a tal da Conmebol. Ainda faltam 5 títulos para que os Pentacampeões mundiais possam alcançar a Argentina no número de taças da Copa América, mas o intervalo pode diminuir ainda mais no ano que vem, onde Los Albicelestes e Los Cafeteros vão sediar juntos a próxima edição da competição, e a partir de 2024, no Equador, a Copa América vai deixar de ocorrer a cada 3 anos, e vai igualar a EuroCopa, com intervalo semelhante á Copa do Mundo: 4 anos. A Copa América pode ser ruim, mas ela é nossa. E, somos exóticos por natureza, não?
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Domingo. Um excelente dia para (não) afimar que a terra é plana como um campo. E claro, para falar do esporte mais popular entre os humanos (quiçá entre os alienígenas também, certo, Giorgio Tsoukalos?) nesse azul planeta terra, como nos relatou o lendário cosmonauta Yuri Gagarin. A lógica que rege não só o futebol, mas o esporte em geral, é a questão de identidade. Com uma coletividade, bairro, cidade ou colônia. Vamos lembrar? São Paulo. A maior cidade do Brasil, da América do Sul e do Hemisfério Sul. A maior cidade lusófona do mundo teve que começar a falar inglês para entender o que um certo Charles Miller (nascido no Brás) trouxe de Southampton, no Reino Unido na segunda metade da década de 1890, quando o Football Association surgia como esporte, e o Brasil, como república. Sim, o football brasileiro nasceu na capital paulista com a trupe de Charlie Miller, que como ele, era filho de funcionários da (também lendária) companhia anglo-paulista São Paulo Railway Company. A colônia britânica de São Paulo fundou o São Paulo Athletic Club (SPAC). Como Miller jogou lá, nem é preciso dizer que os azuis-e-brancos construíram uma "pequena hegemonia" no estado das 13 listras. Estamos falando de 1900 até 1910. A partir daí, a história começa a ser outra, de fato. Acredito que, mesmo para quem não conheça São Paulo, conheça o bairro do Bom Retiro. Como esse bairro fica bem ao lado da Estação da Luz, rapidamente fora ocupado pelos imigrantes no século XX. Judeus asquenazitas, espanhois, portugueses e italianos ali viviam fraternalmente. Um grupo a partir dessas colônias ficou sabendo da excursão de um time britânico chamado "The Corinthian Casuals". Em primeiro de setembro de 1910, esse grupo, entusiasmado pela visita desse time, reuniu-se na Rua José Paulino, e inspirados pelos visitantes ingleses fundaram o Sport Club Corinthians Paulista. Quatro anos mais tarde, os italianos que trabalhavam nas fábricas das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo ali perto do Bom Retiro, na Barra Funda, decidiram fundar um clube genuinamente italiano. Em 26 de agosto, nasceu a Societá Sportiva Palestra Italia. Nos anos seguintes, a cidade parava para assistir esses clubes jogar: SPAC, Germânia, Paulistano, Ypiranga, e os "vizinhos" Corinthians e Palestra. 16 anos mais tarde, em meio a polêmica da profissionalização do futebol em São Paulo, alguns clubes decidiram desativar seus departamentos de futebol ou encerrar as atividades, como foi o caso do Club Athletico Paulistano, que existe até hoje, mas desativou seu departamento de futebol masculino e da Associação Atlética das Palmeiras, que encerrou suas atividades. Os remanescentes de ambas agremiações se juntaram, e em 25 de janeiro de 1930, fundaram o São Paulo Futebol Clube. Estava composto o "Trio de Ferro"? Ainda não. Entre 1935 e 1942 existiram algumas refundações. As mais notáveis foram devido à Segunda Guerra Mundial. Mas houve refundação por falta de dinheiro. Foi o caso do "caçula" São Paulo, que em 1935, decretou falência e deixou de existir por alguns meses, mesmo com ajuda dos "co-irmãos". Entretanto, em 16 de dezembro, o São Paulo Futebol Clube fora refundado, mantendo a data de criação em 25/01/1930. Quando o Brasil entrou na 2ª Guerra, Getúlio Vargas proibiu que houvesse qualquer tipo de agremiação composta por colônias do "eixo". Adivinha quem teve que se mexer? Os alemães aproveitaram que se estabeleceram na Zona Oeste, e mudaram o nome de "Germânia" para (o internacionalmente conhecido) "Esporte Clube Pinheiros" - lembrando que o consulado alemão fica a alguns metros do clube. E os italianos? Perceberam que nessa terra haviam Palmeiras, onde cantam o sabiá. Aportuguesaram o nome e adotaram o nome de um antigo clube que já não existia, embora não há nenhuma relação. Enfim, poderia dedicar muito mais espaço para falar do futebol 4x campeão do mundo e 5x campeão da América, como de fato eu vou relatar na próxima parte.
No demais, deixo a passagem livre para os meus conterrâneos, habitantes desse Planeta Bola chamada São Paulo. 2/22/2019 0 Comentários Minuto 91: O jogo não termina!Aquele acréscimo que você sabe que vai ter no jogo.
Pois é. E não é só por isso. Há muito tempo queria ter um blog sobre esportes, sem que misturasse reflexões ou demais notícias, embora fiz isso na final da Copa do Mundo de 2018. Para quem jogava badminton, rugby e tentou ser jogador de futebol (como todo bom garoto brasileiro), vale a pena dar um pitaco aqui e ali sobre uma partida de qualquer esporte em qualquer modalidade. Até nas Olimpíadas trabalhei! Ter paixão pelo esporte (parafraseando o slogan de um antigo canal esportivo da TV fechada) é algo que aprendi com meu irmão, que assistia ESPN enquanto eu queria assistir Cartoon Network no início da década de 2000. Enfim, vou procurar comentar todos os jogos que eu puder ver, o que não são muitos devido ao meu curto tempo. Bora lá, o que importa mesmo é comentar, vencer é detalhe! |
Cornetar é tão importante quanto Vencer!Enquanto o Linhas & Linhas é sobre a vida como um todo, esse blog é somente para esportes e seus causos! Aproveite! Histórico |
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